Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
CHAPLIN, Charlie, O Grande Ditador, último discurso.
Impressiona a quantidade de vítimas e prejuízos patrimoniais causados pelos acidentes rodoviários. São milhares, milhares mesmo, só neste fim-de-ano brasileiro, a maioria atingindo os jovens. Reputa-se o infortúnio à série de elementos: bebida alcoólica, alta velocidade, drogas, ou rebites; também o sono, falta de cinto, air-bag, imperícia, imprudência, negligência, imaturidade; ainda: estradas mal sinalizadas, esburacadas, sem guard-rails e/ou acostamentos, stress dos motoristas, aqua-planning, congestionamentos, ou mau estado dos veículos. Então, tome rastreadores, brake-lights, freios ABS, reforços de para-choques, parabrisas degradè, laminados, pneus cinturados. Guardas lascam infinidades de multas. Quem sabe instituir a obrigatoriedade do uso de capacetes e armaduras?.
.Essas razões são díspares, mas tem apenas um esteio comum. O presente em TODOS os acidentes automobilísticos, sem nenhuma exceção? Elementar, meu caro Watson: é seu próprio agente, o automóvel! A existência estúpida, em nada natural, desses cavalinhos outrora de aço, hoje de plástico, seduz o homem a embarcar com destino ao além.
. O automóvel é o Frankenstein da civilização. E não tem como como torná-lo nem mais light, tal qual almejam os fabricantes de cigarro. Vem com carro elétrico, à energia solar, biodiesel, no álcool e tal, diminuem o tamanho, e o perigo aumenta, tanto quanto sua inviabilidade espacial.. Se caísse um avião por dia ele seria proibido? Nem seria preciso: ninguém mais embarcaria. Pois os carros ocasionam dez vezes maisvítimas do que o hipotético número:. "Morrem 35 mil pessoas no trânsito por ano no Brasil. É uma carnificina! Não é possível morrer tanta gente assim." (SANTANA, Paulo, ZH, 23/12/2008) No entanto, governo e montadoras promovem, e compradores continuam sonhando, e fazendo fila. Por girar enorme volume financeiro, não sendo os acidentes rodoviários assim concentrados, e por causa da proporção custo/benefício, ou seja, a cada morte milhares sobrevivem, ninguém se dá conta da cruel realidade. Malgrado a estupenda massa internacional que sobrevive de seus favores, arrisco apontar: seja por falta de espaço, pelo excessivo gasto e poluição, ou pela alta periculosidade, faz-se premente um corte epistemológico. Quem sabe não é hora de pelo menos cogitar algo mais compatível com a civilização e a leveza cósmica?
O Champagne abre-se à noite. Por enquanto, saque a rolha do Gênio.
Parabéns,Allmirante! Muito bom sua matéria. Uma análise profunda sobre o homem e a máquina, e o impacto dessa junção, suas consequência, significados. Adorei ler seu post! Certamente, outros assim farão muito bem ao blog! Abraços!
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Parabéns,Allmirante! Muito bom sua matéria. Uma análise profunda sobre o homem e a máquina, e o impacto dessa junção, suas consequência, significados. Adorei ler seu post! Certamente, outros assim farão muito bem ao blog! Abraços!