Banco do Brasil Passará a Deter 49,99% do Capital Votante e 50% do Capital Social Total do Braço Financeiro da Família Ermírio de Moraes.

Com a aquisição do Banco Votorantim, por R$ 4,2 bilhões, o Banco do Brasil passará a deter 49,99% do capital votante e 50% do capital social total do braço financeiro da família Ermírio de Moraes. Esse é o segundo anúncio de aquisição do BB em menos de dois meses, depois da compra da Nossa Caixa, em dezembro. Na primeira etapa, o banco desembolsará R$ 3 bilhões por 45% do Banco Votorantim. Na segunda fase, realizará um aporte de capital de R$ 1,2 bilhão, o que elevará a participação da instituição para 50%. Os executivos não explicaram se o pagamento será integral ou parcelado. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ressaltou que a aquisição não torna o Banco Votorantim um banco público e que a gestão da instituição será compartilhada. Ele projetou que o financiamento de veículos poderá aumentar a partir de agora, pois o BB passará a usar a expertise do Votorantim na área de crédito para automóveis. Mantega afirmou que a nova operação tornará o setor financeiro mais sólido e mais competitivo. Segundo o ministro, a carteira de crédito do Banco Votorantim possui baixo risco, com índice de inadimplência de 3%. Isso significa que é um banco saudável dentro de uma economia saudável , disse Mantega, em entrevista coletiva realizada sexta-feira, no auditório do Ministério da Fazenda. O presidente do Banco do Brasil, Antonio Francisco de Lima Neto, confirmou que um dos objetivos da nova aquisição é tornar o banco federal mais forte no financiamento de veículos. O portfólio do banco fica mais equilibrado com a intensificação no financiamento do setor de veículos. O BB começou oferecer empréstimos para compras de veículos a partir de 2005 e no ano passado a carteira atingiu R$ 5,6 bilhões. O Votorantim já tem R$ 16,8 bilhões na carteira de automóveis. O BB também quer aumentar a penetração no financiamento destinado a pessoa física. Com a operação, a carteira de crédito consolidada de pessoa física do BB crescerá 21%, para R$ 62,6 bilhões, dos quais R$ 21,7 bilhões são do BV e R$ 51,5 bilhões do BB. Há uma diferença nos números, pois ainda deve haver alterações de ativos. A carteira de crédito do Banco do Brasil, que soma R$ 213,7 bilhões, dados de setembro, subirá para R$ 232,8 bilhões com os R$ 38,2 bilhões da do Votorantim. O banco da família Ermírio de Moraes possui ativos totais de R$ 81,9 bilhões. A compra ainda deixa o Banco do Brasil na vice-liderança do mercado, pois os ativos totais do banco público subiram 8%, dos atuais R$ 512,4 bilhões para R$ 553,3 bilhões. O atual presidente do conselho do Banco Votorantim, José Ermírio de Moraes Neto - que estima que o banco fechará 2008 com lucro de R$ 1 bilhão - disse que a negociação foi perfeita e aconteceu em tempo recorde, em apenas três meses. Moraes, que passará a ser vice-presidente do Conselho do Banco Votorantim, negou que o banco tenha em carteira os chamados derivativos tóxicos . O executivo negou que a venda tenha sido motivada pela crise financeira mundial. Qualquer decisão estratégica deve ser tomada no momento oportuno. A crise foi apenas uma coincidência , frisou. Ele assegura que o Grupo Ermírio de Moraes não enfrenta problemas financeiros diante da crise. O grupo não precisa de dinheiro para aplicar em investimentos, ele terá caixa próprio para fazer os investimentos (mais de R$ 5 bilhões) em 2009 . O dinheiro oriundo da venda do BV será aplicado no mercado financeiro, afirmou. Questionado por que a venda ficou abaixo das expectativas do mercado, Moraes explicou que os especialistas das duas instituições fizeram consultas distintas sobre o valor do banco. Esse (R$ 4,2 bilhões) era o número que trabalhamos nas premissas. E é natural as especulações , destacou Moraes. Mantega ressaltou que os dois bancos atuam em áreas diferenciadas e podem desenvolver sinergias. Por essa razão, o ministro assegurou que não haverá demissão de funcionários.

Fonte:Gazeta Mercantil - Viviane Monteiro

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