A preferência de Maquiavel

Dizem que a história se repete. Tem razão. São poucos os roteiristas de sucesso, e milhares as estrelas que amam a ribalta. Na faina do brilho, mas principalmente das benesses dos camarins, elas não titubeiam reencetar surrados quadros. Dessarte, o enrêdo da política costuma ser previsível. Porque a subida ao poder é fácil diante de um povo atônito e ignorante, e seu deleite prazeiroso, esquece o incauto que Maquiavel, o exitoso diretor da peça, programou-a sem variação, reservando um final melancólico, de preferencia trágico ao seu astro principal, justamente para o gáudio da platéia. E ela, e não ele, que lhe garante a bilheteria, ao longo de todos os séculos. Cromwell, Napoleão, Cavour, Bismarck, Lenin, Guevara, Stalin, Salazar, Perón, Stroessner, Mussolini, Hitler, nosso clonezinho Getúlio e o próprio Collor souberam disso tarde demais. Entre nós há quem aguarde aclamação. E, ainda, aquele que por ora saboreia os quitutes, mercê de mensalão. Por certo deve ser a última refeição. Nada mais há, além do jardim.

1 comentários:

Unknown disse...
on

Muito bom, Allmirante!!! kkkk Quitutes e o fruto do alambique, é bom lembrar! rsrsrsrs

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